Plebiscito: Treze razões para dizer não à ALCA 

Protestos contra a ALCA no Brasil
RicardoR e MaríliaR 


25.julho/2002 Brasil – Na semana da Pátria, de 1 a 7 de setembro, haverá um
plebiscito popular no Brasil, organizado por iniciativa de movimentos populares, igrejas
e entidades civis. É uma consulta popular sobre a ALCA – Área de Livre Comércio das
Américas. Abaixo estão listados treze razões para dizer NÃO à ALCA: 

1) O Acordo da ALCA vai submeter a produção e os mercados latino-americanos e
caribenho às necessidades do grande capital dos Estados Unidos, elevando sua taxa
de lucro, mantendo o monopólio tecnológico; a economia de escala; o controle dos
preços e do mercado estadunidense à concorrência internacional. 

2) O Acordo da ALCA anulará a soberania das nações latino-americanas e
caribenhas, sobre a política econômica e social; acelerando a subordinação e a
desnacionalização das empresas e mercados latino-americanos ao grande capital dos
Estados unidos, incorporando as grandes empresas nacionais e subjugando as
pequenas e médias empresas. 

3) O Acordo da ALCA reorganizará a economia latino-americanas e caribenha na
função apenas de exportadora de matérias-primas e de mão-de-obra barata e como
importadora de capital, tecnologia e bens de consumo sofisticados. 

4) O Acordo da ALCA estimulará a adoção do dólar como moeda nacional e do
continente, extinguindo paulatinamente as moedas nacionais. A dolarização
aprofundará e acelerará a perda de autonomia dos Estados para gerirem as políticas
monetárias. E o monopólio da emissão do dólar por parte do governo dos Estados
Unidos transferirá o peso de seu déficit comercial sobre os povos dos países
latino-americanos e caribenhos. 

5) O acordo da ALCA implicará em maior abertura financeira e, portanto, provocará
maior vulnerabilidade externa das economias latino-americanas e caribenhas, frente
às instabilidades, crises e pressões externas. 

6) O Acordo da ALCA trará o domínio do comércio agrícola por parte das grandes
empresas estadunidenses, que imporão preços e controlarão o mercado local. Esse
acordo afetará também a soberania alimentar de cada país, pois o abastecimento dos
principais produtos será controlado por grupos transnacionais. 

7) O Acordo da ALCA aprofundará o domínio da biotecnologia e a tentativa de impor
sementes transgênicas no agro latino-americano e caribenho, por parte das empresas
de capital norte-americano, com gravíssimas conseqüências para a natureza e para a
saúde humana. 

8) O Acordo da ALCA aprofundará e acelerará o controle e domínio da biodiversidade
continental pelas empresas transnacionais norte-americanas – com destaque à
Amazônia. E determinará a generalização, ampliação e uniformização das leis de
patentes e de propriedade industrial, aprofundando o domínio pelo grande capital
norte-americano da ciência e da tecnologia, inclusive, através da apropriação do
patrimônio humano, animal e vegetal americano. 

9) O Acordo da ALCA acelerará e aprofundará a formação de um mercado
internacional de bens, serviços e da cultura, uniformizando de acordo com os
interesses do grande capital, e ensejando uma empobrecedora padronização de
gostos, costumes, tradições e idiomas. 

10) O Acordo da ALCA restringirá a circulação legal de pessoas e de mão-de-obra
pelo continente. Os trabalhadores terão rebaixados seus direitos trabalhistas e sociais, e as empresas
impedirão que os níveis de salários do norte cheguem ao sul. O acordo do Nafta já provocou a
migração ilegal de mais de oito milhões de mexicanos rumo ao norte. 

11) O Acordo da ALCA facilitará a extensão das leis e do sistema judiciário e
penitenciário estadunidense para as nações latino-americanas e caribenhas. E
certamente haverá uma tentativa de maior criminalização e penalização das pessoas
e militantes sociais que se revoltarem contra esse sistema de dominação. Qualquer
revolta ou problema social em um determinado país, será acionado o acordo da OEA
para ingerência dos demais, e em especial dos Estados Unidos. 

12) O Acordo da ALCA facilitará a integração e subordinação plena dos exércitos
nacionais ao imperialismo estadunidense, reservando-lhe exclusivamente a função de
polícias contra seus próprios povos. E ao Exército estadunidense caberá então a
missão “salvadora”de proteger o hemisfério e suas fronteiras. 

13) O Acordo da ALCA propiciará uma crescente perda de autonomia dos Estados
sobre seus territórios e populações, colocando em questão, a médio prazo, sua
própria existência como nações independentes. 

A ALCA representa, portanto, maior dependência e vulnerabilidade econômica externa
e a re-colonização política e militar de todo o continente sob controle dos Estados
Unidos da América. “Nós queremos vender mercadorias, tecnologia e serviços
estadunidenses, sem obstáculos ou restrições, para um mercado único de 800
milhões de pessoas, com uma renda total de 11 trilhões de dólares anuais, num
território que irá do ártico até o cabo de Horn”, declarou o general Colin Powell,
Secretário de Estado do governo Bush. 

Os Estados Unidos possuem 240 milhões de habitantes e 9 trilhões de dólares, de
PIB. Os demais países americanos: 560 milhões de habitantes e 2 trilhões de dólares
de PIB. O Brasil, 170 milhões de habitantes e 800 bilhões de dólares de PIB. 

Leia artigo do Bispo de Jales-SP, Dom Demétrio Valetini, intitulado "Plebiscito e
Democracia".

Fonte: astedile 
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