FÍSICO QUÂNTICO AMIT GOSWAMI
A Física Desvela a Consciência
por ROMEO GRACIANO (revista PLANETA - como
mencionado na Entrevista
de Gazy Andraus)
Mais conhecido entre nós por seu livro O Universo
Autoconsciente (Editora Rosa dos Tempos), o físico quântico Amit Goswami é um raro exemplo de cientista transformado
por seu próprio trabalho. Ele antevê o definitivo deslocamento do paradigma
científico materialista e conserva boas esperanças no
futuro da comunidade planetária, que pode começar a abrir sua mente colaborando
com a força criadora da
consciência.
(Foto:
Wander Rodrigues)
Todos os anos, desde 1996,
Amit Goswami vem ao Brasil a convite da Unipaz (Universidade da Paz),
com a qual compartilha a mesma iniciativa de divulgar valores espirituais e
quânticos. De origem indiana e radicado nos Estados Unidos, Amit, Ph.D.,
é professor -titular de física quântica no Instituto de Física
Teórica da Universidade de Oregon e se destaca, entre seus congêneres,
por contribuir para uma nova visão de mundo que desvela a
natureza espiritual da consciência. Durante sua visita a São Paulo,
realizada em meados de junho, ele nos recebeu para a seguinte entrevista:
PLANETA – Qual o foco de suas pesquisas
atuais?
Amit – Agora estou concentrado nos estados extremamente elevados
de consciência, o que na Índia é chamado de samadhi.
PLANETA – Como
a comunidade científica encara a sua afirmação de que a consciência cria o
mundo físico?
Amit – Existe uma negligência (não má
vontade), de certa forma benéfica, por parte da comunidade científica.
Talvez essa reserva deva-se ao fato de se achar que não é preciso ir tão
longe quanto eu quero ir para chegar a uma conclusão necessária. Por
outro lado, existem alguns cientistas, fora da comunidade dos físicos, que
já estão chegando tão longe quanto eu. São os psicólogos. A
psicologia é uma dessas ciências que acompanham a mesma busca. A maioria
das
pessoas que realmente se aprofunda na física quântica acaba
concluindo que este é um sistema valioso.
PLANETA – E onde você quer
chegar?
Amit – Não é tão distante. Parece distante para as pessoas que
acreditam que a ciência e a religião não devem estar incluídas no mesmo
conjunto, que acham que elas não combinam.
PLANETA – Principalmente nos
Estados Unidos, onde a sociedade é
muito materialista...
Amit – Na verdade, eu passei boa parte da
minha vida como materialista, mas também era integrante da comunidade
científica.
Nos Estados Unidos há uma concentração de pessoas, na costa
oeste, que vivem, por assim dizer, no “limiar” (fazendo uma metáfora com
a falha geológica da costa californiana). Deepak Chopra, por
exemplo, mora em San Diego; Fritjof Capra, no
Oregon; Peter Russel e eu moramos em San Francisco. Nos Estados Unidos
existe esse materialismo profundo, porém, quanto mais profundo ele se
torna, maior é a necessidade da espiritualidade. Eles partem do ponto
de
vista de uma espiritualidade materialista, ou seja, de uma
espiritualidade que tenha uma meta. Chogyam Trungpa criticava
muito
seus alunos dizendo que eles praticavam uma espiritualidade
para
chegar a algum lugar. E é exatamente o contrário. A
espiritualidade
é você aprender que não tem de chegar a lugar
algum, pois você já traz em si esse potencial.
PLANETA – De que maneira a física quântica
interpreta a consciência?
Amit – A maneira comum de analisar a consciência é
considerá-la como um resultado secundário (epifenômeno) da atividade
cerebral. O problema desse ponto de vista é que se começa com
partículas produzindo átomos, átomos produzindo moléculas, moléculas
produzindo neurônios, neurônios produzindo o cérebro e o cérebro produzindo consciência. Isso transforma a consciência em um objeto, apesar
de que os objetos fazem parte da experiência da nossa consciência,
e não só eles mas o todo. O enfoque convencional não
consegue incorporar essa duplicidade do sujeito e objeto. Na física
quântica existe uma profunda descontinuidade, sendo que algumas partes
do movimento quântico são previsíveis. Por exemplo: os objetos
da física quântica são considerados ondas de possibilidades. Como
essas possibilidades vão se espalhar pode ser previsto pela matemática quântica; mas como as
possibilidades se transformam em realidade concreta não pode ser previsto.
A consciência faz o colapso (1) dessas possibilidades para ser algo – isso
é o que chamamos de salto quântico. Então a consciência é incorporada na
física quântica como o escolhedor da realidade, entre as possibilidades
existentes.
PLANETA – Por isso a consciência não depende do
cérebro?
Amit – Não somente a consciência não depende do cérebro como é
o cérebro que depende da consciência. Isso vira o ponto de
vista mate-rialista (newtoniano) de cabeça para baixo. A vantagem é
que
você consegue começar a entender a divisão entre sujeito e objeto,
e
incorporá-los em uma mesma realidade.
Percebi, ao longo do tempo,
que aprendi mais analisando ocorrências extraordinárias do que
ordinárias.
PLANETA – Tal interpretação seria uma
outra forma de entender a explicação da realidade como maya (ilusão),
dada pelo hinduísmo e o
budismo?
Amit – A realidade está além de
maya. No antigo hinduísmo havia o conceito de descontinuidade, e por
falta de uma linguagem quântica eles a chamavam de maya. Mas acaba
sendo a mesma coisa em matéria de descontinuidade, que é a maneira pela
qual a física quântica mensura essa descontinuidade, esse
salto.
PLANETA – Durante sua palestra sobre criatividade (2), você
disse
que, quando não estamos olhando para os objetos quânticos, eles
se
espalham em possibilidades. Como esse fenômeno acontece?
Amit –
Esse é o ponto mais fundamental e misterioso dos objetos
quânticos. A
física quântica afirma que os objetos se espalham em
ondas de
possibilidades, mas quando nós os observamos, os vemos como partículas
localizadas. Acontece que eles não são partículas
newtonianas, o que em
física quântica significa que a sua trajetória
não pode ser
determinada, definida. Elas têm a possibilidade de
seguir várias
trajetórias, mas somos nós, com nossa autonomia, que
escolhemos qual
será a sua possibilidade.
PLANETA – Através do ato de ver?
Amit
– O ato de observar determina a trajetória que será trilhada pela
partícula. Contudo, esse efeito não é uma reação, mas uma
coisa descontínua. Não pode ser dado um modelo matemático para isso. É
um ato de escolha, de livre-arbítrio. Em todas essas
possíveis trajetórias, a observação acaba escolhendo uma delas – a
consciência acaba fazendo essa decisão.
(1)
Todas as possibilidades existem dentro da consciência neste instante. O
colapso pega todas essas possibilidades e faz resultar na
partícula.
(2) Sob organização da Fundação Peirópolis, o físico realizou
uma palestra sobre criatividade quântica na capital
paulista.
PLANETA – Aqui temos uma definição
realmente metafísica...
Amit – Desde o início a física quântica tem sido
metafísica. Nos velhos tempos, Niels Bohr e Einstein tiveram um debate interessante sobre a
natureza filosófica da física quântica. Posteriormente, suas discussões
foram esclarecidas, através da ciência e de estudos, e agora estão a favor
do radicalismo quântico. A pergunta é: Quão radical temos de ser em relação
à natureza da consciência? Pois radical é afirmar que a consciência é a
base de tudo. Esse radicalismo também diz que existe uma consciência
cósmica que colapsa as possibilidades. Sem ser tão radical, é o mesmo que
dizer que nós temos o poder de provocar esse colapso com a
nossa consciência, que, segundo a física quântica, é
integrativa.
PLANETA – Qual a participação da meditação no seu processo
de
pesquisa da consciência?
Amit – É impossível fazer um estudo de
consciência sem a capacidade
de mergulhar em si mesmo, atingindo outros
níveis de percepção. A
meditação é o mergulho, o caminho. No meu estudo
da física, percebi,
ao longo do tempo, que aprendi mais analisando
ocorrências
extraordinárias do que ordinárias. Os estados
não-ordinários de
consciência, aos quais a meditação nos leva, são
muito importantes
para se começar a entender o processo quântico, assim
como para o
estudo da consciência. Entretanto, eu sou um cientista
teórico. A maior parte do meu trabalho acontece dentro do reino teórico.
Não é puro pensamento, pois também envolve dados. Conheço profundamente
os
dados resultantes de experimentos de laboratórios e concretos,
e
incorporo isso ao meu lado teórico.
PLANETA – Já que o
universo é autoconsciente, o que você sugere para as pessoas começarem a
atuar de forma mais evolutiva na sua realidade?
Amit – A humanidade
tem de acordar, escutar, ouvir, ver esse
universo autoconsciente.
Existem duas fortes tendências: uma nos
leva a estados de ser cada vez
mais condicionados, a outra nos leva
para um lado mais criativo. Nesta
idade tão materialista, o
condicionamento que nós recebemos é muito
intenso. Quanto mais
condicionados ficamos, mais distantes estaremos da
realidade
quântica. Daí a criatividade e o amor serem muito
importantes, pois
são forças unificadoras que nos levam de volta à
unidade. Até que a
gente sinta a força e o poder da unidade, dizer que
o universo é
autoconsciente é pura falação. Assim, só se consegue usar
essa idéia
para ganhar dinheiro, sem resultar em nenhuma transformação
de
ninguém. Ao perceber que a realidade é uma coisa só, aí
sim
conseguiremos nos transformar. E a nossa vida se tornará
feliz,
criativa, amorosa. Com a nossa transformação individual começará
a
haver uma transformação coletiva, mundial. Tenho boas esperanças
em nossas possibilidades de alcançar uma transformação planetária
neste século que se inicia.
PLANETA – Como devemos entender a
criatividade para melhor exercê-la?
Amit – Toda criatividade é
mental, e assim precisamos entender o que
é a mente, pois ela é que
processa os significados. Para os cientistas, a mente é um fator secundário
do cérebro. Se assim fosse, então a criatividade não existiria, porque o
cérebro não pode processar o significado. O que a criatividade pode fazer à
nossa volta é nos ajudar a ver um sentido novo naquilo que todos vêem
como algo comum. O melhor da nossa criatividade está em achar um
contexto novo para potencializá-la. Por isso, é importante perceber como
a nossa mente se condiciona a ver os contextos que nos são dados.
A física quântica afirma que mesmo o mundo material é criado por
nós momento a momento. E o universo inteiro é criado para que
a consciência possa se ver na criação. Segundo a física quântica,
um elétron pula de um corpo para outro, sem passar pelo
espaço intermediário, e este salto é descontínuo. Aqui temos o
ponto fundamental da criatividade. Todos os insights são novos, no
sentido de que não existe pensamento prévio. Nesse movimento
mental, realizamos o salto fora da mente, que é condicionada ao
intelecto que não está condicionado, e trazemos o contexto em que
podemos pensar novos pensamentos. É nisso que constitui a
criatividade: damos um salto sem passar por estágios intermediários
de significados.
Para ser mais criativo, deve-se estar atento à
proposta universal para colaborar mais com ela. É começar a tomar
conhecimento de que você tem mais do que a mente, e abri-la para entender
que existe o livre- arbítrio, a não-localidade (3), o amor, a interconexão
entre as pessoas.
(3) “Uma influência ou
comunicação instantânea, sem qualquer troca de sinais através do
espaço-tempo; uma totalidade intacta ou não-separabilidade que transcende o
espaço- tempo.” (Em O Universo Autoconsciente, de Amit Goswami.)
A
ciência caminha para uma profunda transformação, que deverá jogar por terra
o atual paradigma dualista
PLANETA – O boom da
Internet tem provocado muitas expectativas em
diversos setores. Existe
até empresa de computação mobilizando-se
para desenvolver uma rede
mundial quântica. Você acredita que isso
possa ajudar nessa
transformação?
Amit – Pode ser uma força boa, mas ainda é difícil
usá-la corretamente. Há muita informação. Deve-se entender que a
mudança radical ocorre primeiramente dentro de um grupo fechado. Na
Internet há uma quantidade tão grande de informação que a voz de
quem realmente tem o que dizer fica perdida. Nós não precisamos tanto
de informação, mas sim de transformação. Com muita informação
as pessoas se tornam superficiais. E o estudo da física quântica
exige que as pessoas vivenciem experiências mais profundas, que deixem
o mundo superficial e entrem no mundo interior, que olhem para
dentro.
Tais experiências são de consciência não-ordinária, o que
resumimos
no termo “salto quântico”. Nesses estados de consciência
também
podem ocorrer os estados não-localizados, como o
amor.
PLANETA – O que é um grande desafio para os
cientistas cartesianos...
Amit – Sim. Os psicólogos transpessoais são os
que têm feito mais
esse tipo de experiência. Por exemplo: Abraham
Maslow, um cientista
que realizou muitas pesquisas, acabou sendo
transformado pelo seu
trabalho. Será que o cientista aceitaria ser
transformado pelo seu
próprio estudo? À medida que for se aprofundando,
ele será obrigado
a se transformar. Mas será que ele aceitará essa
transformação?
Quando se experienciam os estados mais sutis de
consciência,
desaparecem todas as dúvidas em relação à unidade da
existência. E
um cientista com tal percepção nunca irá se referir à
consciência
como um objeto, pois os modelos mais materialistas
nunca constituirão apelo a um cientista interessado na
profundidade.
PLANETA – Caminhamos para a convergência da tradição
de sabedoria
com a ciência?
Amit – Está acontecendo, bem no centro do
materialismo, a
transformação da ciência em si. Não tenho dúvida de
que, dentro desse contexto, o paradigma científico está se deslocando.
Daqui a algumas décadas, o peso dos resultados das pesquisas
científicas será tão decisivo que irá deslocar de vez o antigo
paradigma dualista. Será algo comparável à época em que se falava que a
Terra, e não o Sol, era o centro do universo. Quando isso acontecer,
deverá ser atingida amente mais popular. Daí, então, a felicidade e
a consciência irão receber mais a nossa atenção. Porque hoje
estamos perdidos, buscando alguma coisa sem saber bem o que é. Mas,
quando isso acontecer, começaremos a procurar em nós mesmos a fonte
dessa felicidade.
Revista Eletrônica Moradas da
Luz
"O universo é auto-consciente através de nós"
Amit Goswmi -
PhD.
Uma pequena biografia: Amit Goswami PhD. É um dos mais importantes
físicos da atualidade e um dos poucos que penetrou
fundo na
espiritualidade humana. No seu livro "O Universo
Auto-Consciente" -
demonstra como a consciência cria o mundo material.
Cientificamente,
através da física quântica, ele prova que o universo é
um conjunto
superior - Deus_. Isto torna sólida a sua afirmação de que
á a
consciência que cria a matéria e não o contrário, como até
hoje "crê" o Realismo Materialístico implantado na ciência por Isaac Newton e Rennè Descartes. Amit Goswami é
professor titular de física quântica no Instituto de Física Teórica da
Universidade do Oregon e autor de numerosos textos científicos.
Rose Marie Muraro - Editora Rosa dos
Tempos.
Infinito: Atualmente, o físico Amit Goswami presta serviços
no Instituto de Ciências Noéticas, fundado pelo astronauta e
psicólogo Edgard Mitchell.
A FILOSOFIA DO "IDEALISMO
MONISTA"
"Quanto mais eu observo o universo mais ele se parece a um
grande pensamento do que a uma grande máquina". - Albert Einstein
A
base do Idealismo Monista é a CONSCIÊNCIA e não a matéria.
Reduzindo-se
tudo à sua origem encontramos a CONSCIÊNCIA.
Ela é a realidade única e final
da matéria, dos pensamentos, a noção
do imanente e do transcendente, os
arquétipos, idéias, do mundo
manifesto, enfim, tudo é a
consciência.
A filosofia do Idealismo Monista é unitária, as subdivisões
são realizadas pela e na consciência. Na Grécia, o filósofo
Platão deixou na sua "República" a proposta do Idealismo Monista,
na atualidade, ela é defendida pelo físico teórico Amit Goswami Phd.
Na
"República", Platão exemplifica a sua teoria usando a "Alegoria da
Caverna", que se tornou célebre.
A Alegoria da Caverna -
Platão
Dentro de uma caverna estão sentados seres humanos,
hipnotizados
pelo jogo de luzes e sombras projetado na parede da
caverna. A
hipnose é tão grande, que estes seres não se voltam e não
conseguem
tirar os seus olhos daquela projeção. Entretanto, é a luz
que projeta aquele espetáculo de sombras, do universo que está lá
fora.
Nós somos idênticos aos seres que estão nesta caverna, como
eles,
confundimos a realidade com as sombras-ilusões, que
contemplamos
embevecidos na parede da nossa caverna. Entretanto, a
realidade
genuína está às nossas costas na luz e nas formas
arquetípicas que
ela projeta como sobras.
Esta alegoria serve para
demonstrar que os nossos "espetáculos de
sombra" são as manifestações
imanentes - irreais da nossa experiência
humana de realidades
arquetípicas, pertencentes a um mundo
transcendente. A LUZ é a única
realidade nesta alegoria, pois é tudo
o que percebemos. - "No idealismo
Monista, a CONSCIÊNCIA é como a
luz na Caverna de Platão". Amit
Goswami.
O Idealismo Monista nas literaturas idealistas das diversas
culturas
Vedanta - Índia: NAMA são os arquétipos transcendentes e RUPA a
sua
forma imanente.A Consciência Universal é Brahman, o ser
fundamental e único.
Brahman existe para além de Maya
(ilusão).
"Todo este universo sobre o qual falamos e pesamos nada mais é
do que Brahman. Nada mais existe".
Budismo: NIRMANAKAYA e SAMBHOGAKAYA
são os reinos materiais e das idéias.
DHARMAKAYA, acima destes reinos é
a consciência única que os
ilumina.
Na realidade, só existe o
Dharmakaya! "Nirmanakaya é a aparência do
corpo de Buda e as suas
atividades inescrutáveis. O Dharmakaya de
Buda está livre de qualquer
percepção ou concepção de forma".
O Yin-Yang é um símbolo taoísta. O yang
é a parte clara, símbolo
masculino e o yin a parte escura, símbolo do
feminino. O yang é o
reino do transcendente e o yin o imanente. "Aquilo
que permite ora
as trevas, ora a luz, é o TAO", o Uno que transcende
suas
manifestações complementares.
A Kabbalah judaica - são duas
as ordens de realidade: Sefiroth -
transcendente, teogonia e a Alma de
peruda imanente "o mundo da
separação". O ZOHAR dia: "Se o homem
contempla as coisas em
meditação mística, tudo se revela com
Uno".
Cristandade - Céu, transcendente e Terra, imanente. São
originadas,
estas palavras, do Idealismo Monista. O que está além do
céu e da
terra? O Rei, a Divindade. "Ela (a consciência fundamento do
SER)
está em nosso intelecto, alma e corpo, no céu, na terra,
enquanto
permanece em SI MESMA. Ela está simultaneamente em, à volta e
acima do mundo supercelestial, um sol, uma estrela, fogo, água,
espírito, orvalho, nuvem, pedra, rocha, tudo o que há". Dionísio -
idealista cristão.
Há que se observar que em todas estas
descrições a Consciência é tida como ÚNICA, mas chega até nós através das
suas manifestações complementares, idéias e formas. Este é um importante e
precioso componente da Filosofia Idealista.
Misticismo - Você pode
pegar uma pedra, pode arrastar e se sentar em uma cadeira, observar as
coisas ao seu redor e crer que são realidades materiais separadas de você e
das outras pessoas. Você as considera REAIS, porque as experiências da
forma como se fossem materiais e perfazendo toda uma realidade.
As
experiências mentais são diferentes, não se parecem com as ditas
reais
e materiais, por esta razão, nós resolvemos que "mente" e "corpo" são
separados, cada qual no seu domínio, nos tornamos,
portanto,
dualistas.Com o dualismo as explicações ficam dificultadas: como pode uma
coisa imaterial, como a mente, interagir com outra material, como corpo
material? Se interagirem uma com o outro, qual seria a troca de energias
entre os dois? Pela lei da "conservação de energia" no universo material, a
energia permanece constante e nada ainda nos provou que essa energia foi
desviada para o domínio mental ou que dele foi retirada. E agora? Como
estes dois domínios agem para fazerem as suas interações?
Os seguidores
do idealismo sustentam a realidade primária da
consciência e dão o
justo valor às nossas experiências subjetivas, mas ...não sugerem e nem
afirmam que a consciência é a MENTE. Muita atenção: costumamos confundir
"alhos com bugalhos" - A CONSCIÊNCIA NÃO É A MENTE! Mantenham esta
explicação para sempre.
Então o que é a consciência?
Pego, nas
minhas mãos uma bola que é um objeto material. E penso
neste objeto
como sendo uma bola. O objeto material-bola - e o mental - meu pensamento
sobre o objeto bola - todos os dois se tornam objetos na consciência e
nesta experiência existe um observador, um sujeito que está experimentando
- pegar na bola e nela pensar.
De acordo com Idealismo Monista, a
consciência do sujeito em uma
experiência sujeito-objeto é a mesma que
constitui o fundamento de
todo o ser: só há um "sujeito-consciência"
pois a consciência é UNITIVA e SOMOS essa consciência!
Os
Upanishades, livros sagrados da Índia, afirmam - "Tu és ISSO" - e
os
hindus chamam à consciência, sujeito/ser do ATMAN.
No cristianismo, a
consciência é o Cristo Interno, o Eu Superior ou
o Espírito Santo. Para
os cristãos quakre, ela é a LUZ interna. O que importa não são os seus
nomes e sim a sua experiência transmutadora inefável, inestimável. O
filósofo Aldous Huxley escreveu um livro "A Filosofia Perene", o testemunho
dos grandes vultos da humanidade que vivenciaram o ser-consciência, todos
eles falam a mesma linguagem e expressam a linguagem da consciência
de forma semelhante, a Unidade na Diversidade dos vários
personagens que dela forneceram os seus testemunhos.
As
religiões
As religiões foram fundadas, com o fito de simplificarem para
as
massas os ensinamentos místicos dos que vivenciaram a
Realidade
Absoluta. Cada uma apresenta a sua senda, um caminho, mas
a
DESCOBERTA final só poderá ser feita por cada um dos
peregrinos,
ninguém, ninguém mesmo poderá faze-la por você, este é o
SEU
trabalho.
Infelizmente, todas as religiões se tornaram
DUALISTAS. O dualismo
das religiões monoteístas judaico-cristãs
absorveu a psique ocidental se apoiando em uma hierarquia de intérpretes.
Tal como separou Descartes - Mente e Corpo -, o dualismo - Deus/mundo,
não parece resistir ao exame científico, explicita o físico teórico
Amit
Goswami.
O Idealismo Monista, compatível com a física quântica,
fornece um
novo paradigma que pode solucionar os paradoxos do
misticismo
(transcendência e pluralidade) e dar partida a uma ciência
idealista
e de fazer a revitalização das religiões.
Goswami
aponta: os quatro aspectos da consciência
1. Percepção: campo da mente,
trabalho global.
2. Os objetos da consciência: pensamentos e sentimentos
passageiros
3. O sujeito/observador/experienciador e testemunha - o
self consciente
4. Consciência, fundamento de todo o SER.
Não
podemos identificar a consciência com as nossas percepções
motoras,
sensações e impressões sensoriais. Você se identifica com
os seus
dedos, no ato de escrever ou com os seus pés no ato de andar? Nada disto e
nem um dos chamados "concomitantes" externos da nossa experiência consciente
podem ser confundidos com os elementos fundamentais da nossa consciência.
No âmago da nossa mente, os pensamentos, sentimentos e opções se encarados
assim,nos jogariam dentro do conceito errôneo de Descartes - penso logo
existo - quando o correto é - "escolho, logo existo" - Ulrich Neisser
adverte e prova o que diz através da física quântica. Escolher é uma
função primordial da consciência. "A psicologia não está pronta
para enfrentar a consciência" - Amit Goswami retruca - "por sorte, a
física está".
Fontes:
O Universo Autoconsciente -
Amit Goswami, Phd - Ed. Rosa dos Ventos.
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